Tumores intraoculares

Filomena Pinto

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Médica Oftalmologista

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Os tumores intraoculares são raros e não existem exames de rastreio para pessoas assintomáticas, mas a oftalmologista Filomena Pinto lembra a importância de fazer exames oftalmológicos regulares, de preferência de dois em dois anos, a partir dos 40 anos.

O melanoma e as metástases da coroideia são os tumores intraoculares malignos mais frequentes num adulto. Contudo, o melanoma é um tumor primário, ou seja, origina-se no olho, a partir do qual pode disseminar para outros órgãos, em especial para o fígado e para o pulmão.

Pelo contrário, as metástases são tumores secundários com origem em tumores localizados noutros órgãos ou tecidos, mais frequentemente o pulmão e a mama, e que vão atingir o olho através da corrente sanguínea.

O melanoma é um tumor raro, felizmente, com uma incidência anual de aproximadamente 5 a 8 casos por milhão de habitantes e que afeta mais os indivíduos entre os 55 e os 65 anos de idade, de pele, cabelo e olhos claros. Já as metástases são mais frequentes do que o melanoma e podem surgir em pessoas mais jovens, dependendo do tumor primário e do seu estadiamento. Em cerca de 30% dos casos, o tumor primário não é conhecido aquando do diagnóstico da metástase intraocular. Os sintomas nas fases iniciais podem ser mínimos e inespecíficos, sobretudo no caso de lesões de pequenas dimensões e até de localização mais periférica, tornando a deteção mais difícil e demorada.

Quando estes tumores se localizam mais centralmente, o que é mais frequente nas metástases, podem surgir alguns sintomas, nomeadamente a perda total ou parcial da visão acompanhada ou não de dor. Além da avaliação clínica realizada pelo médico oftalmologista, são fundamentais para o diagnóstico, a ecografia ocular e a tomografia de coerência ótica, que podem ser realizadas em contexto de consulta.

Em relação ao tratamento, este tende a ser cada vez mais conservador em relação ao globo ocular e o objetivo será preservar, sempre que possível naturalmente, a visão, o olho e melhorar a qualidade de vida dos nossos doentes.

Nesse sentido, existem várias opções terapêuticas de aplicação local e que incluem radioterapia, laser, injeções intraoculares, e que serão selecionadas de acordo com o tipo de tumor, a função visual e o estado geral do doente.

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